O que nós podemos fazer na crise do coronavírus?

Por Márcio Fernandes

Artigo publicado originalmente no site da Revista Você S/A em 07/05/20: Clique para acessar.

Vivemos um momento muito difícil. Perdas relevantes preenchem os noticiários. Pessoas estão morrendo, muitas estão hospitalizadas conectadas a aparelhos vitais, que sabemos que não existem para todos. Algo afetou frontalmente a nossa gente, nossas vidas, nossos costumes e até a nossa liberdade.

Faltam definições, sobram dúvidas. Quando essa pandemia será superada? Teremos enfim uma vacina disponível para todos e em tempo, uma medicação eficiente, segura e acessível?

O grande anseio da maioria é voltar ao NORMAL. Com tamanha imprevisibilidade, o que seria NORMAL? O tempo agora parece ter um novo eixo. Surgem termos novos, uma economia chamada Low Touch Economy (Economia de pouco Contato), costumes novos nos quais ritos sanitários e de higiene foram criados, em que encontros acontecem apenas por vídeo, em que caminhadas passaram a ser feitas dentro dos quintais e em que os shows acontecem apenas pela internet.

São tempos de muita insegurança, angústia e ansiedade. O Novo se impôs e acelerou mudanças que poderiam levar anos ou até décadas para serem implementadas. A economia do mundo balança em meio a indefinições, disputas públicas ou veladas e é claro a já esperada batalha pelo poder, na qual indivíduos apostam suas fichas para garantir sua carreira política.

Qual o nosso papel?

Mas e agora, neste exato momento, o que nós, pessoas normais podemos fazer para superar esta crise sem precedentes?

De fato, é possível afirmar que não há muito o que fazer além de cuidar de nossa saúde e de nossos familiares, pois a maioria de nós não conhece nada no âmbito cientifico para que possamos nos ocupar de pesquisar, investigar e inventar uma cura. Se também não somos profissionais da saúde, que estão dedicando sua vida para salvar outras nos hospitais Brasil e mundo a fora, o que podemos fazer?

Podemos fazer muito!

Tenho uma sugestão, ou ainda melhor, um pedido. Existem muitos grupos de pessoas que estão, neste momento, verdadeiramente impactadas pela crise pandêmica. O que podemos fazer por eles?

Um grupo é formado por quem não parou e não pode parar. São aqueles que estão no front da batalha: profissionais de saúde, bombeiros, policiais, operários (que produzem equipamentos médicos, produtos de limpeza e higiene), o pessoal de energia, telecomunicações, água e saneamento e limpeza Pública. Além de agricultores e produtores rurais, caminhoneiros e profissionais do transporte que fazem com que tudo chegue onde é necessário. Devemos a eles todo o nosso apoio, mesmo se for com simples atitudes de respeito e orações.

Na outra ponta, estão milhões de desempregados, pessoas que perderam ou que ainda vão perder seu emprego nesta situação crítica que estamos vivendo. Temos que nos desdobrar ao máximo em ajudas humanitárias e nos unir a empresas, governos e pessoas comuns para estendermos juntos as mãos e compartilharmos um pouco do que podemos. Informe-se, participe de campanhas de doações.

Outro Grupo é formado por profissionais liberais, comerciantes, taxistas, motoristas de aplicativos, autônomos e trabalhadores informais.

Faça a sua parte

Se você tem a felicidade de estar empregado sem reduções bruscas no salário (estando, ou não, em home office), você faz parte de um último grupo e portanto, convido você a continuar remunerando sua emprega doméstica, sua manicure, seu cabeleireiro, mesmo se eles não podem exercer suas funções no momento. Use taxistas ou profissionais do transporte para entregar as compras que você fizer pelo telefone. Pague normalmente a sua academia, mesmo sem poder ir até lá. Assim você vai continuar movimentando a economia e, mais do isso, irá compartilhar algo vital: seu sentimento de solidariedade

Neste momento único de renascimento, permita que o melhor possa renascer em você, nos seus hábitos e nos seus costumes. Tenha humildade para receber ajuda ou a benção de poder ajudar. Enriqueça sua existência indo além de seus próprios interesses. Temos que aproveitar esta Crise Pandêmica para EVOLUIRMOS como sociedade.



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