Interesse Genuíno à Distância

Responda-me rápido: dá para estar perto mesmo longe? E dá para estar longe mesmo perto? Eu sei que são perguntas provocativas ou até confusas, mas, ao longo desse texto, eu vou te ajudar a pensar nisso com mais profundidade, esteja você longe ou perto, combinado?

 

DISTRAÇÕES QUE NOS “CONDENAM”

Quantas vezes já fomos advertidos por não estarmos atentos(as) ao que alguém nos fala? Acho que inúmeras vezes, né? Desde o período que éramos crianças e íamos para a escola; será que realmente estávamos prestando a atenção no que o(a) professor(a) estava nos ensinando? 100%? E o nosso “amigo” aparelho celular do qual não nos desgrudamos? Quanto estrago que ele faz, hein? Por isso, eu posso dizer com tranquilidade que temos tendência a sermos distraídos(as) e isso nos persegue pela vida inteira. No entanto, acho que podemos, ou melhor, devemos melhorar nesse quesito, não acham?

Para não sermos mais “condenados(as)” pela nossa falta de atenção, precisamos entender de vez que nem sempre a presença física garante o interesse das pessoas. Tem muita gente que está próxima de nós e que na verdade está no mundo da lua, como se diz por aí. Essa “presença” é apenas corporal, sendo que o pensamento está longe, bem longe do corpo. Isso é lamentável!

 

O VERDADEIRO INTERESSE

É facilmente notável quando as pessoas estão interessadas em algo ou alguém. Sabe quando estamos conversando com uma pessoa e notamos aquele interesse na conversa? Pois é, esse é o verdadeiro interesse que estou querendo defender nesse momento. E, vou mais longe ainda, esse interesse genuíno – vamos chamá-lo desse jeito – transpõe distâncias e sobrevive com tranquilidade às mais extremas adversidades que podem decorrer da falta da presença física. Para ser mais direto, será que não sabemos usar um pouco de tecnologia para encurtar a distância e mostrar interesse genuíno pelas pessoas?

 

NÃO TEM DESCULPA

É muito fácil encontrar desculpas ou justificativas para não se ocupar em querer saber como as pessoas estão, não é verdade? Uns falarão que gostam do olho no olho, outros que não curtem muito essa tecnologia de conversar através de plataformas e outros ainda nem se darão ao trabalho de pensar em uma desculpa, pois o simples fato de não ter ninguém por perto o deixa livre para pensar somente em si mesmo(a).

O fato é que não dá para inventarmos desculpas pela nossa falta de interesse pelas pessoas, mesmo que estejam distantes de nós. Esse encurtamento de distâncias é facilmente suprido pelo uso de um simples aparelho celular. Esse mesmo aparelho celular que é o nosso cúmplice nas distrações diárias, pode e deve ser um grande aliado para as nossas conexões com tantas e tantas pessoas que estão precisando de atenção. Agora, se você já está num patamar mais avançado em termos de tecnologia, então fica muito mais fácil usar uma das dezenas de plataformas que foram incrementadas nesse tempo de pandemia, justamente para que as pessoas fossem mais acessíveis. Vai continuar com suas desculpas?

 

POR QUEM DEVEMOS NOS INTERESSAR?

A lista é grande, caro(a) leitor(a). No entanto, eu quero aproveitar essa oportunidade para chamar a atenção daqueles(as) que exercem algum papel de liderança. Se você está nesse grupo, é bom que tenha um olhar diferente e, digamos, atencioso para os(as) seus(suas) liderados(as).

Especificamente nesse tempo onde muitos estão trabalhando na modalidade “home office”, é muito comum que o(a) líder se descuide e fique sem manter o habitual e importantíssimo contato com a sua equipe. E é aí que mora o perigo, ou seja, será que todos estão bem? Será que possuem boa infraestrutura para exercer seus trabalhos nesse estilo de trabalho? E a família desses(as) liderados(as)? Todos passam bem?

O interesse genuíno à distância é de suma importância para o exercício de uma boa liderança, porque vai exigir que os(as) líderes saiam de suas zonas de confortos e busquem aproximação com seus(suas) liderados mesmo que estejam a dezenas ou centenas de quilômetros. A distância física que separa líder de liderados(as) não deve, de forma alguma, ser um empecilho para que o cuidado da liderança seja permanente, não importando as condições adversas, como as que temos vivido nesse tempo de pandemia.

 

UMA ÚLTIMA IDEIA ANTES DE CONCLUIR

Quando falo de interesse genuíno pelas pessoas, eu gosto de citar um exemplo quase utópico, mas que gostaria muito de ver acontecer um dia. Você já recebeu uma ligação do(a) seu(sua) médico(a) te perguntando como está depois de uma semana da sua consulta? Pode ser que a resposta seja sim, mas eu nunca tive essa alegria e acho que a maioria das pessoas também nunca receberam essa ligação. Eu sei que um(a) médico(a) tem que atender dezenas de pessoas por dia e que não consegue dar conta nem de fazer uma consulta mais demorada. Mas, seja médico(a) ou qualquer outra pessoa, quando encontramos um jeito de fazer as coisas diferentes e nos interessamos de maneira genuína pelas pessoas, nós estamos, no final das contas, construindo um mundo muito melhor.

Você já ligou para alguém hoje? 

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Artigo escrito por Marcos Alves
Diretor na Thutor



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